A gente sente saudades de viver um pouco mais, de sorrir um pouco mais, de amar um pouco mais, de sonhar um pouco mais.
Sente saudades de cantar, de gritar, de pular feito criança quando chega na beira do mar.
A gente cresce e começa a sentir vergonha de coisas tão puras e infantis.
O mundo segue um rumo, a gente segue outro. Os rumos se desencontram, mas a gente se encontra.
E o que fazer com os problemas? Esquecer? Impossível.
Mais fácil é pegar os mais importantes (lê-se os mais cabeludos) e tentar resolver da maneira mais simples. Com sinceridade.
Os outros? Deixe em um cantinho reservado e veja o que faz mais tarde.
O segredo é não entrar em desespero.
"...Já não faz sentido, já não me lembro, se há caminhos, sem desespero..." (J. Corrêa)
É Corrêa. Sinto em lhe informar, mas eu acho que há caminhos sim!
E para isso, colo abaixo a mais bela canção da nossa Música Popular Brasileira.
Uma composição de Belchior, consagrada na voz da bela e mágica Elis Regina.
" Como Nossos Pais
Elis Regina
Composição: Belchior
Elis Regina
Composição: Belchior
Não quero lhe falar, Meu grande amor,
De coisas que aprendi Nos discos...
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...
Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...
Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...
Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sinto tudo na ferida viva
Do meu coração...
Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...
Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...
Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...
Hoje eu seiQue quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal..."